quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Expiação Limitada - Paulo Anglada

 A doutrina calvinista da expiação limitada poderia também ser chamada de doutrina da "expiação objetiva ou efetica", indicando, assim, a verdade que realmente se quer ressaltar com essa doutrina: que Cristo, ao morrer na cruz, expiou, de fato, e não apenas potencialmente, o pecado dos eleitos de Deus. A doutrina calvinista da expiação ficou conhecida como limitada, em parte, em virtude da controvérsia arminiana. Os arminianos, como já vimos, defenderam a expiação universal, afirmando que Cristo morreu na cruz por toda a raça humana, indistintamente.


O sínodo de Dort, em oposição a eles, sustentou a posição reformada, afirmando que Cristo morreu apenas pelos eleitos - o que corresponde ao ensino bíblico.
Contudo, a ênfase da doutrina calvinista da expiação reside mais na natureza do que na extensão da expiação. A morte de Cristo em substituição aos eleitos, não apenas possibilitou, mas também assegurou a sua justificação, regeneração, santificação e glorificação. Enquanto o arminianismo afirma que a expiação tornou possível a salvação de todos, o calvinismo sustenta que a expiação assegura a salvação dos eleitos.

 Quando as antigas doutrinas da graça pregam a expiação limitada, não se deve entender com isso que o calvinismo limite a suficiência da expiação de Cristo. Não, o sacrifício de Cristo, diferentemente dos sacrifícios oferecidos no Antigo Testamento, tem valor ilimitado, e, por conseguinte, é suficiente para salvar toda a raça humana. Contudo, este não foi o propósito de Deus. A eficácia da expiação para uns e não para outros se deve, portanto, não a sua insuficiência, mas à eleição soberana de Deus.

 A expressão "expiação limitada" também não expressa adequadamente a doutrina calvinista da expiação, porque, na realidade, ela se aplica ainda melhor à doutrina arminiana. Os calvinistas limitam a expiação apenas no que diz respeito à sua extensão; os arminianos, por sua vez, a limitam, como vimos, no que diz respeito ao seu poder, ao seu valor inerente e à sua eficácia, visto que apenas torna possível a eleição de todos, mas não assegura realmente a salvação de ninguém.



Texto extraído do livro Calvinismo - As Antigas Doutrinas da Graça, de Paulo Anglada.
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